A Seção de Paleontologia do
Museu de Ciências Naturais (SEMA/RS) foi fundada na década de 1970 pelo profº Dr. Carlos de Paula Couto. Paula Couto, iniciou o trabalho de pesquisa sobre os fósseis de vertebrados, principalmente mamíferos cenozoicos, que após ao seu falecimento em 1982, tiveram prosseguimento por Dr. Jorge Ferigolo e Dra.
Ana Maria Ribeiro.
Em colaboração com
programas de pós-graduação de outras instituições, principalmente o Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os coordenadores deste laboratório orientam alunos de mestrado e doutorado. Também são orientados alunos de iniciação científica e supervisão de pós-doutorado pelo Museu de Ciências Naturais.
A partir de 2000,
com financiamento do projeto
Pró-Guaíba, a seção de paleontologia conta com prédio próprio, que inclui salas para os estudantes, biblioteca, sala para coleção científica e sala de preparação para fósseis. Nos quase 40 anos de funcionamento desta seção, já foram produzidos diversos trabalhos científicos sobre vertebrados do Permiano, Triássico, Cretáceo, Paleoceno, Oligoceno, Mioceno e Quaternário.
Atualmente, o maior foco de pesquisa são os mamíferos sul-americanos, bem como suas formas predecessoras, os cinodontes que habitaram a região em que se encontra o Rio Grande do Sul há mais de 200 milhões de anos.
A coleção científica
A coleção paleontológica foi iniciada em 1971, pelo Professor Dr. Carlos de Paula Couto.
Em 1982, recebeu por doação do paleontólogo Jorge Ferigolo uma coleção de répteis e invertebrados do Permiano (idade aproximada de 280–270 milhões de anos), todos procedentes do RS, e uma coleção de peixes do Cretáceo (cerca de 130 milhões de anos), procedente do Nordeste do Brasil.
Em 1983, iniciaram-se as coletas de mamíferos do Pleistoceno do RS (entre 120 e 11 mil anos), estes representados principalmente pela megafauna (e.g., gliptodontes, toxodontes, mastodontes e preguiças-gigantes).
A partir de 1996, com pesquisas também sobre o Triássico do RS (250–202 milhões de anos), o acervo foi enriquecido com material de importância mundial, entre eles, dinossauros primitivos, cinodontes (ancestrais dos mamíferos) e esfenodontídeos (ancestrais do réptil atual mais primitivo do mundo, o tuatara da Nova Zelândia). Inclui ainda e icnofósseis de vertebrados, plantas fósseis, como algumas das mais antigas coníferas, além de invertebrados antes desconhecidos, como coleópteros de 220 milhões de anos. O acervo também recebeu doações de material pleistocênico, como o material referente à tese de doutorado de Francisco Sekiguchi Buchmann (UFRGS) e do Sr. Luiz Rota, de Santa Vitória do Palmar, que inclui vários milhares de espécimes, entre eles mais de quatro mil dentes fósseis de tubarão. Ademais, o acervo também conta com numerosos espécimes, principalmente restos de mamíferos, da célebre Bacia de Itaboraí, depositados pelo Dr. Paula Couto quando de seu retorno ao Rio Grande do Sul, os quais são de notável importância, visto retratarem um período importante da história da América do Sul (Eoceno inferior, Idade Mamífero Sul-Americana - SALMA - Itaboraiense)
Atualmente, as coleções contam com cerca de 17.000 (paleovertebrados, 10 tipos), 3071 (paleoinvertebrados), 477 (paleobotânica, 10 tipos), 185 (paleoicnofósseis, 6 tipos) 86 (antropológica) espécimes catalogados, pertencentes na sua maioria aos períodos Permiano, Triássico, Eoceno, Mioceno e Pleistoceno.
A curadoria da coleção foi exercida por Carlos de Paula Couto entre 1971 e 1982. Posteriormente, o Dr. Jorge Ferigolo assumiu a coleção como curador entre 1983 e 2005 e atualmente a Drª. Ana Maria Ribeiro lidera a equipe. Além disto, sempre contou com a colaboração de bolsistas de iniciação científica, mestrado e doutorado, nas coletas, preparação, manutenção e estudo das coleções.
Como chegar:
Seção de Paleontologia
Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul
Avenida Salvador França, 1427
Jardim Botânico
90690-000 - Porto Alegre, RS - Brasil